3 - Indicadores Sociais


3.2 - Distribuição de Renda, Pobreza e Desigualdade

Os indicadores de renda mapeados para os municípios cearenses foram à renda domiciliar per capita média; à renda domiciliar per capita mediana; o percentual de domicílios com renda domiciliar per capita inferior a ¼ de salário mínimo; o percentual de domicílios com renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo; a proporção de pessoas extremamente pobres; e o Índice de Gini. Os dados são oriundos do Censo Demográfico 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Estado do Ceará possuiu em 2010 um valor da renda média domiciliar per capita de R$ 492,36, sendo de R$ 573,94 nas áreas urbanas e R$ 220,43 nas áreas rurais. Quando é analisada a renda domiciliar per capita mediana o valor do rendimento reduz-se, atingindo respectivamente R$ 255,00, R$ 303,00 e R$ 150,00 para o total dos domicílios, os domicílios urbanos e os rurais. A mediana corta a distribuição dos dados de renda ao meio, ou seja, 50% dos domicílios possuem renda domiciliar per capita inferior a R$ 255,00 e 50% detêm renda acima deste valor.

De acordo com os dados do Censo Demográfico 2010, verifica-se que o Ceará (26,25%) possui uma proporção de domicílios com rendimento mensal per capita inferior à ¼ de salário mínimo semelhante à média do Nordeste (26,21%) e bastante superior a média do Brasil, que foi de 13,43%. Já a proporção de domicílios com rendimento per capita inferior à ½ salário mínimo é um pouco maior no Ceará (53,66%) quando comparado com a média regional (53,05%), e muito elevado em relação ao valor do país (31,91%).

Especificamente para o estado do Ceará, pode-se observar que mais da metade dos domicílios possuem renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo. Do total de domicílios, 4,45% não possuem rendimento, 26,25% têm rendimento inferior a ¼ de salário mínimo e 53,66% possuem renda domiciliar per capita inferior a ½ salário mínimo. Enquanto isto, somente 18,42% apresentam rendimento superior a um salário mínimo.

No ano de 2011, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) estipulou o valor de renda familiar mensal de R$ 70,00 por pessoa, como linha de miséria, quando do lançamento do Programa de Erradicação da Extrema Pobreza do Governo Federal. Em consonância com essa linha de extrema pobreza adotada, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) disponibilizou um conjunto de dados relativos à população e aos domicílios particulares permanentes sem rendimento e com rendimento nominal mensal domiciliar per capita inferior a 70 reais.

De acordo com esses dados, o estado do Ceará possui 1.502.924 moradores residentes em domicílios com rendimentos mensais por pessoa que não ultrapassavam o valor de R$ 70,00 (IBGE, 2010). Isso significa que 17,8% da população cearense foi classificada em situação de miséria, com base no parâmetro estabelecido pelo MDS. Em termos proporcionais, o Ceará é o sétimo estado da federação com maior percentual de pessoas nessa condição. Já em termos de participação relativa, dos 16,3 milhões de brasileiros nesta faixa de renda domiciliar per capita, 9,24% estão localizados no Ceará. Isto implica que o Estado é o terceiro do país com maior contingente de pessoas extremamente pobres ou miseráveis, atrás apenas da Bahia (14,80%) e do Maranhão (10,40%).

Analisando os municípios, constata-se que Fortaleza (5,46%) obteve a menor proporção, sendo seguida pelos municípios de Maracanaú (7,05%), Pacatuba (8,05%), Eusébio (8,24%) e Horizonte (9,10%), todos pertencentes à Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Os municípios com as maiores proporções foram Granja (47,49%), Choró (45,84%), Croatá (45,67%), Miraíma (44,88%) e Santana do Acaraú (43,57%). A partir dos mapas temáticos elaborados pode-se visualizar a distribuição territorial dos indicadores de renda para os municípios cearenses, podendo-se traçar o perfil da renda e da pobreza no Estado do Ceará.

• Mapas Temáticos - Distribuição de Renda, Pobreza e Desigualdade